GASODUTO IBÉRICO e política energética

Parece-me uma decisão acertada do governo, quer pelos custos de construção 150/250 milhões de euro, quer pelo que o setor da construção faz pela economia, a ligação à rede europeia de gás natural.
Por outro lado, para mim este gasoduto deveria ser em termos gerais para abastecimento de residências e afins, ou seja, para os convencionais usos do gás, aquecimento,  aquecimento de águas e preparação de alimentos, não excluindo usos industriais. Isto porque neste momento a Endesa prepara-se para subir os preços da energia eléctrica em 40% dado o aumento geral do preço da energia e também do próprio gás natural, anteriormente na casa dos 0,04€ e agora nos 0,08€. Presumo também que a empresa espanhola detida pelos italianos preferirá pela proximidade o gás natural argelino ao russo.
Como português e europeu desejo que haja concorrência no mercado da energia e também no mercado do gás natural, pelo que a decisão da UE e do governo parece-me acertada.
Contudo devo referir que 50% da energia que consumimos provém das eólicas e 20% das barragens sendo os combustíveis fósseis responsáveis pelos 20/30% restantes.
Assim ainda que mais caras as energias renováveis são bem portuguesas: o vento, a água e o sol são nossos e devêmos continuar a apostar sobretudo neles. Ainda que a própria concorrência aguçe sempre a inteligência, o trabalho, a argúcia e o preço.
Para mim deveria continuar a apostar-se numa rede de distribuição de gás natural, e a energia eléctrica deveria ser produzida preferencialmente a partir das renováveis.
Quanto a possíveis quantidades de energia necessárias a uma frota automóvel eléctrica, já fiz as contas e poderei publicar mais tarde alguns desses textos; representaria um acréscimo de 10% a 20% mais de energia, o que poderia ser conseguido utilizando energias renováveis. 
As baterias dos veículos eléctricos recorrem ao lithium e Portugal tem segundo a Wikipédia as sextas maiores reservas de lithium do mundo. 
As próprias universidades portuguesas deveriam incentivar a pesquisa no sentido de se poderem produzir baterias de lithium no nosso país ao contrário do que aconteceu com o Urânio em que paradoxalmente não lucrámos nada com isso e poderá ser essa geografia e geologia do Urânio em Portugal onde hipoteticamente se poderia encontrar lithium.
Concluindo e voltando ao gasoduto Ibérico e europeu, não me parece mal pelas razões que referi, mas temos de ter em conta que o gás natural deverá ser preferencialmente para os usos referidos e não para abastecimento de centrais termoeléctricas com base no gás natural o que poderá ter custos geo-estratégicos, geo-económicos e geopolítico a avaliar.

Mensagens populares deste blogue

econopolitic

START POINT OF THE UNIVERSE

To see or not to see